Dizem as vozes populares que os bons partem cedo e o melhores ainda mais cedo.
Infelizmente, a vida tem-me mostrado isso na prática mais vezes do que devia.
Infelizmente, ontem, mostrou-o mais uma vez e 'Pepito' (como era mais conhecido) partiu cedo demais, muito, muito mais cedo do que deveria...
Ainda que um quase ilustre desconhecido por estas bandas lusas, Pepito é um nome que corre cada centímetro da Guiné-Bissau e ficará para sempre na sua história, como exemplo de alegria, integridade, generosidade, energia, inteligência... enfim, uma força da natureza.
E hoje, todos nós, que temos um pouco da Guiné-Bissau no coração, juntamo-nos à dor da família e choramos a perda deste Homem Grande.
Até sempre, Pepito!
* Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em Farim, em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura. Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento. Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um “homem grande”.
Sem comentários:
Enviar um comentário